terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O que fazer quando meu filho se comporta mal na Missa?


Uma criança chorando durante a Missa é sinal de que a Igreja continua viva, com sua missão de evangelizar as nações. Muitos pais de família têm medo de levar seus filhos pequenos à Missa por receio de chamar a atenção ou receber uma bronca do padre.
Outros pais usam seus filhos como desculpa para não ir à Missa, “enquanto eles são pequenos”, sem perceber que, nos primeiros anos de vida, é extremamente importante que as crianças vão à Missa, para ir descobrindo como ela é e aprender a participar dela.
Há um mal-entendido com alguns pais de família que pensam que os padres não querem as crianças na Missa. Se não há crianças na Missa de hoje, onde estará a Igreja de amanhã? As crianças podem ir se integrando à comunidade de fé, mas é natural que seja difícil no começo. A Missa é estruturada, há diferentes movimentos, é todo um ritual, e isso pode ser complicado para qualquer criança, no início.
As crianças podem ir aprendendo a participar da Missa se os seus pais dedicam tempo a explicar-lhes o que acontece nela e quais são os comportamentos adequados nesse contexto. Isso exige tempo e dedicação, não é fácil, mas, com disciplina, fé e bom exemplo, a lição será bem aprendida.
Alguns pais não voltam mais à Igreja quando o padre pede que mantenham seus filhos ao seu lado e sob controle. Para mim, o barulho das crianças na Missa é um sinal de vida, de vitalidade, é um sinal de que a Igreja ainda continua se regenerando por meio de uma nova vida.
Mas com isso não estou dizendo que quero uma sinfonia de ruídos na Missa e que ninguém se incomode em acalmar a situação. O problema, a meu ver, não é que uma criança chore ou faça barulho (especialmente se é um bebê), e sim os pais que não dão atenção aos filhos. Se os pais pelo menos tentam manter seus filhos bem comportados na Missa, o que mais lhes podemos pedir? A dificuldade se dá quando os pais não prestam atenção nos filhos.
Alguns padres tentam corrigir isso durante a própria Missa. Eu faria isso depois da celebração, porque não me imagino interrompendo a Missa e apontando pessoas. O que considero importante é que as crianças não percam a fé pelo fato de os seus pais deixarem de ir à Missa, mas sim que, pouco a pouco, vão se adaptando à Missa com o exemplo e a ajuda dos seus pais.
A solução para o barulho das crianças na Missa não é eliminá-lo (ou seja, deixar de levar os filhos), mas canalizá-lo (ou seja, aprender a concentrar-se com uma disciplina de fé, ensinando os filhos a participar ativamente).
Este tema é difícil e tanto pais como sacerdotes de boa vontade terão uma forma de pensar diferente. Por um lado, precisamos manter a solenidade da Missa; por outro, precisamos ter um ambiente de acolhimento para as famílias jovens. O ponto de equilíbrio não é dar licença para que aconteça de tudo na Missa, mas ir educando os filhos desde pequenos na disciplina da fé, com paciência e sem sentir-se ofendidos.
O que guia a atuação nesta discussão sobre a presença das crianças na Missa e o barulho que pode haver é o que Jesus diz no Evangelho: “Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais, porque o Reino dos Céus pertence aos que se assemelham a elas” (Mt 19, 14).

Artigo publicado originalmente pela Diocese de Idaho

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